Na manhã de hoje, os trabalhadores do Novo Jornal foram surpreendidos com a presença de polícias, oficiais de justiça e mais de 30 “jagunços”, enviados por Álvaro Sobrinho.
Segundo apurado, a situação gerou um alvoroço enorme nas instalações do Jornal, situado no Condomínio Bengo, na Vila Alice.
Na manhã da última terça-feira, o empresário Emanuel Madaleno reuniu com Armindo Laureano e João Armando, directores do Novo Jornal e Expansão, respectivamente, transmitindo a ambos o ponto de situação da batalha judicial vencida pelo irmão Álvaro Sobrinho, a quem a justiça decidiu entregar a titularidade do órgão de informação geral. Madaleno solicitou que encontrassem formas de tranquilizar o colectivo de trabalhadores, principalmente os do Novo Jornal.
Redacção
O empresário Emanuel Madaleno, que há mais de 10 anos diz ser dono do semanário Novo Jornal, recorreu da decisão do tribunal que atribui o regresso para as mãos do seu irmão Álvaro Sobrinho aquele título fundado em 2008 e que teve como primeiros gestores Victor Silva (director) e Gustavo Costa (director adjunto), apurou o Luanda Post.
Na última terça-feira, 19, o empresário reuniu com Armindo Laureano (director do Novo Jornal) e com João Armando (director do Expansão). A reunião, decorrida à porta fechada, teve lugar numa das salas do Grupo Nova Vaga, situado no condomínio Bengo, Vila Alice.
De tarde, Armindo Laureano, que regressou a Luanda de emergência na noite de segunda-feira, 18, vindo de Lisboa, manteve uma reunião com o colectivo de jornalistas do Novo Jornal. O encontro teve como ‘pano de fundo’ os esclarecimentos feitos por Emanuel Madaleno sobre o ponto de situação da batalha judicial vencida pelo irmão Sobrinho, a quem a justiça decidiu entregar a titularidade do órgão de informação geral.
A pedido de Emanuel Madaleno, o director do Novo Jornal tranquilizou o colectivo de trabalhadores do órgão, sobretudo os jornalistas, invocando que “o jornal não há-de mudar de mãos, está em marcha um recurso judicial; diante disso, não há necessidade de os jornalistas se apresentarem à futura redacção do Novo Jornal”, ala Álvaro Sobrinho, que já está apetrechada no segundo andar do edifício Atrium, no Maculusso, onde se encontra instalado o Fundo Soberano de Angola.
Mantém-se, até ao momento, o sentimento de incerteza da parte dos mais de 20 trabalhadores do Novo Jornal. Na segunda-feira, 18, Emanuel Madaleno colocou dois seguranças armados nas instalações da redacção do Novo Jornal e Expansão, para evitar que os profissionais sejam cobiçados pela ala de Sobrinho.
Alguns jornalistas visitaram a nova sede
De acordo com as fontes do Luanda Post, avisados, alguns jornalistas do semanário generalista já se apresentaram no segundo andar do edifício Atrium, onde estiveram à conversa com o representante de Álvaro Sobrinho, o brasileiro Reis.
Não obstante as férias colectivas que grande parte dos profissionais começa a gozar, neste momento, o clima mantém-se tenso, pois rege um sentimento de incerteza para os mais de 20 funcionários que trabalham para o título fundado em 2008.
O futuro do Novo Jornal será conhecido no próximo ano. Na quinta-feira, 21, às 13h50 minutos, Armindo Laureano, que ostenta passaporte diplomático, seguiu viagem para Addis Abeba, no voo ET 687, um Boeng 787, da Ethiopian Airlines, o seu destino é Nova Deli, Índia, onde vai passar a quadra festiva com a família, em virtude de a esposa, funcionária dos Serviços de Inteligência Externa, estar em missão diplomática no país mais populoso do mundo.
Na edição especial de segunda-feira, 18, o Luanda Post noticiou em primeira mão que o semanário Novo Jornal passa agora a ser detido exclusivamente pelo empresário, matemático e ex-presidente da comissão executiva do falido Banco Espírito Santo (BESA), Álvaro Sobrinho, conforme sentenciou o Tribunal Provincial de Luanda, resolvendo o litígio judicial que envolvia Sobrinho e o seu irmão Emanuel Madaleno.
No passado dia 6 de Dezembro, houve um rebuliço enorme nas instalações do Novo Jornal, dado que, no seguimento da decisão judicial, dois oficiais de justiça, um agente da Polícia e um representante do empresário Sobrinho se dirigiram à redacção do semanário, no condomínio Bengo, Vila Alice, a fim de notificar Emanuel Madaleno sobre o veredicto do Tribunal, mas esses foram informados por um trabalhador que não era ali que Emanuel tinha o seu escritório, e que o grupo Nova Vaga, que publica o Novo Jornal, é administrado por Renato Moreira, que se encontrava e se encontra ausente do País.
Não havendo alguém que se assumisse como representante de Emanuel Madaleno, e depois da informação deixada ter gerado pânico, os oficiais judiciais abandonaram o local, mas, antes, cederam os seus contactos com a promessa de que seriam contactados para tratar do assunto que tem que ver com a titularidade do Novo Jornal.
Na ausência do administrador, Renato Moreira, o jornalista João Armando, director do Expansão, tomou a iniciativa de ligar directamente a Emanuel Madaleno para o informar do ocorrido, este prometeu recorrer da sentença judicial.
Na quinta-feira, 14 de Dezembro, três oficiais judiciais voltaram à redacção do jornal com o intuito de informar os jornalistas, desde o director aos repórteres, de que tinham de se mudar para um outro escritório a ser-lhes informado, porque o jornal, segundo a delegação, acabara de mudar de mãos, o que alimentou ainda mais o sentimento de incerteza do futuro dos jornalistas e outros colaboradores.
Da parte de Emanuel Madaleno, fora a promessa do recurso judicial, ainda não se conhecia uma reacção oficial, e os jornalistas manifestaram-se atónitos, já que tudo acontecia numa altura em que Armindo Laureano, director do jornal, se encontrava em Portugal.
De acordo com fontes do Luanda Post, depois de perder a batalha judicial com o seu irmão Álvaro Sobrinho, Emanuel Madaleno, de forma imediata, tencionava reactivar o jornal Angolense, que comprou no finado jornalista Américo Gonçalves, ou um outro jornal que também deixou de circular. Para essa missão, pretende contar com os quadros do Novo Jornal, por isso exigia o urgente regresso a Luanda de Armindo Laureano.
Não se sabe ao certo se os jornalistas do Novo Jornal aceitarão juntar-se ao novo arranjo encontrado pelo empresário Emanuel Madaleno.
O Luanda Post tem conhecimento de que, depois de em Setembro deste ano três dos principais editores do Novo Jornal terem batido com a porta em bloco, nomeadamente Maurício Vieira Dias (economia), Antunes Zongo (política) e Eduardo Gito (desporto), quem também se demitiu da função de chefe de redacção é o jornalista Álvaro Victória, que estará a caminho do jornal do Grupo Girassol.
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