JOÃO LOURENÇO CONTINUA A ACUMULAR RIQUEZA À VELOCIDADE DA LUZ SOB A CAPA DO COMBATE À CORRUPÇÃO



Para os cidadãos mais atentos, já não há dúvidas de que a promessa do presidente João Lourenço de combater a corrupção em Angola se revelou ineficaz, assemelhando-se a uma cortina de fumo que oculta uma realidade sombria. Isto reforça a suspeita de que, sob a bandeira da honestidade, se esconde um verdadeiro império de corrupção.


A luta contra práticas ilícitas transformou-se numa perseguição política selectiva, visando figuras do antigo regime, especialmente indivíduos próximos de José Eduardo dos Santos. O objectivo foi garantir que ninguém interferisse nas decisões de João Lourenço, permitindo-lhe agir como desejasse, onde e quanto quisesse.


Informações indicam que o presidente Lourenço, disfarçado em discursos de integridade, acelerou a apropriação de bens e terrenos em todo o país, com particular ênfase em Luanda, utilizando "testas de ferro" que ocultam a sua verdadeira agenda. Um exemplo flagrante é o novo centro de conferências de Luanda, propriedade da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, sob a fachada de Alves Sobrinho. Este mega investimento, que será complementado pela Cidade dos Ministérios — o maior já visto em Angola — está a ser construído rapidamente na nova marginal de Luanda, em frente ao Hotel Baía, para acolher o fórum internacional EUA-África 2025.


Outro caso emblemático é o complexo Funtungo de Belas, situado em frente à academia AFA, cuja obra esteve previamente paralisada e que pertenceu à família dos Santos. João Lourenço, com o auxílio de um sistema judicial questionável, apropriou-se do complexo e atribuíram-no a uma empresa de fachada ligada a um amigo de infância. Esta manobra, além de desrespeitar o legado de José Eduardo, provoca crescente indignação entre os membros do MPLA, que analisam este acto como um golpe baixo contra a memória do presidente emérito.


Por outro lado, surgem informações sobre mais de dez hotéis pertencentes a João Lourenço, sendo seis em Angola, dois em Portugal e dois no Congo Democrático. Destaca-se o futuro maior hotel de Luanda, que está a ser construído na antiga marginal, em frente ao Hotel Presidente, em conjunto com o futuro Shopping Kinaxixi, propriedade do filho de Lourenço.


Recentemente, na sua deslocação às Ilhas Seychelles, João Lourenço manteve um encontro privado com Manuel Vicente, antigo patrão da Sonangol. Este encontro teve como objectivo exigir a Vicente o desbloqueio de um fundo social da Sonangol até então desconhecido por todos, avaliado em mais de 3 mil milhões de dólares, para financiar os investimentos de Lourenço. Cabe ressaltar que o valor destinado a iniciativas para os mais desfavorecidos está a ser utilizado para sustentar um complexo conjunto de investimentos pessoais de Lourenço, da sua esposa e dos filhos, tanto em Angola como no exterior.


É também evidente que, à semelhança de outros dossiês a nível presidencial, o caso do Corredor do Lobito apresenta similaridades, com indícios de que os dois maiores accionistas são João Lourenço, por meio de uma testa de ferro, e o filho do presidente Biden, que se fará representar pelo seu assessor durante a visita do presidente Biden programada para dezembro próximo em Luanda.


Adicionalmente, no bairro Alvalade, em Luanda, todos os moradores das casas e casebres vizinhos da residência do casal Lourenço estão a ser desalojados e encaminhados para o bairro Mayemaye, em Cacuaco, onde estão a ser instalados de forma coerciva pela equipa de Manuel Homem. Pessoas próximas revelam que Lourenço não esconde o desejo de construir uma casa quatro vezes maior do que a de seu antecessor no Miramar, uma aspiração considerada doentia.


Todos estes cenários reforçam a percepção de que o papel e o objectivo do presidente sempre foram o enriquecimento pessoal, disfarçado sob o pretexto de combater a corrupção e impulsionar a economia nacional. O que João Lourenço apresenta como uma luta contra a corrupção é, na verdade, uma estratégia meticulosamente elaborada para distrair o povo angolano, enquanto ele e os seus aliados acumulam riquezas a um ritmo alarmante.


Fonte: *PricewaterhouseCoopers & KPMG (consultoras internacionais)*


Abu Dhabi 19 de Outubro de 2024


*Porfírio Chagas Gourgel*

Comentários